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Produtividade e sustentabilidade são o foco da construção civil

Atualizado em: 17, dez, 2012

Obras sustentáveis e com alto índice de produtividade na Alemanha receberam a visita da missão técnica do Sindicato da Construção (SindusCon), na primeira semana de setembro. A equipe com 25 profissionais visitou edificações em Frankfurt e Berlim, passando por escritórios de arquitetura, um shopping center e uma universidade, além de participar de palestras com profissionais alemães.

Buscando a produtividade em grandes obras, os profissionais brasileiros se depararam com estruturas de concreto armado com o mesmo custo brasileiro. Além disso, a tecnologia alemã mostra que o produto brasileiro apresenta um rendimento 40% menor. Todos os edifícios visitados apresentavam soluções para garantir a sustentabilidade ambiental.

A visita foi estratégica para que os engenheiros brasileiros conhecessem e adotassem soluções rentáveis e autossustentáveis nas obras do país. A missão liderada pelo o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, contou com a participação do empresário ribeirão-pretano José Batista Ferreira, entre outros profissionais.

Uma das edificações visitadas foi o arranha-céu europeu, o edifício Commerzbank, projetado pelo escritório de Norman Foster e construído pela Hochtief. Essa edificação chamou a atenção pela inovação e pelo projeto. “É muito interessante um prédio de 53 andares, com 2.600 usuários, ter somente 40 vagas de estacionamento”, diz Batista. Porém, na obra, há um amplo estacionamento para bicicletas, que é o veículo mais utilizado pelos os funcionários.

As cidades de Frankfurt e Berlim chamam a atenção pela grande utilização do transporte coletivo ou alternativo, como a bicicleta. Lá, a quantidade de ciclovias e ciclofaixas é muito grande. “Na Alemanha, os ricos andam de ônibus e bicicleta. Nós estamos na contramão do processo”, afirma Batista.

Frankfurt é uma cidade com o mesmo número de habitantes de Ribeirão, e se destaca por ser o maior centro econômico da Alemanha. A cidade alemã tem um dos maiores aeroportos do mundo, com sete terminais de passageiros, a mobilidade urbana é o ponto forte do país. Segundo o presidente do Ribeirão Preto e Região Convention&Visitors Bureau, Marcio Santiago, esse tipo de viagem é muito produtivo para Ribeirão. “O contato com outras formas construtivas e de gestão pública contribui de forma muito eficaz”.

O GMP, escritório de arquitetura responsável pelos projetos da Estação Ferroviária Central de Berlim e os estádios da Cidade do Cabo (África do Sul) e Manaus no Brasil, ousou na escolha de temas amazônicos em seu revestimento, inspirando-se em peles de cobras e jacarés. Os profissionais projetaram as estruturas do estádio com o mesmo formato da pele dos animais amazônicos, trazendo um ar de modernidade e sofisticação para o lugar.

Ao mesmo tempo em que a tecnologia alemã impressiona os profissionais ribeirão-pretanos, alguns detalhes causaram surpresa durante a visita em obras de grande porte: a falta de utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) por alguns pedreiros e mestres-de-obras. “Apesar de todo o rigor, também encontramos algumas irregularidades. Devido à oscilação da temperatura em Berlim, muitos profissionais ficam sem camisas, botas e capacetes de proteção”, aponta José Batista.

“A indústria da construção no Brasil é muito avançada, mas fica a mercê da falta de visão e ousadia dos planejadores públicos”, explica Marcio Santiago. Ele acredita que isso faz com que diminua a implantação de projetos inovadores que impactam na transformação cultural e na mobilidade urbana de Ribeirão.

Através de soluções simples e práticas, da preocupação com a eficiência energética, da alta mecanização das obras e do grande nível técnico dos profissionais da construção civil, a Alemanha vem inovando e trazendo ideias para a melhoria e o desenvolvimento do setor. Ribeirão Preto tem muito a ganhar se adotar maneiras mais sustentáveis e produtivas durante a elaboração de um projeto e a concretização de uma obra, basta ficar atento a essas novas tecnologias.