• facebook
  • twitter

VEREADORES COBRAM DECRETO DA ”MOGIANA”

Atualizado em: 18, fev, 2019
JF PIMENTA/ARQUIVO TRIBUNA

A Câmara de Vereadores aprovou nesta terça-feira, 12 de fevereiro, requerimento em que pede informações à prefeitura de Ribeirão Preto sobre a maria-fumaça “Mogiana”. O documen­to, assinado pelos 27 parlamen­tares, requer detalhes sobre um possível processo de tombamen­to da locomotiva e em que fase esta iniciativa se encontra junto ao Conselho Municipal de Pre­servação do Patrimônio Cultu­ral (Conppac).

Solicita ainda que o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) adote todas as medidas admi­nistrativas e judiciais viáveis para garantir o tombamento da máquina como patrimônio do município e, assim, ratificar a permanência do equipamento na cidade. Por fim, pede que o Executivo responda ao Legisla­tivo dentro do prazo regimental de 15 dias úteis.

A maria-fumaça instalada na Estação Ferroviária Mogia­na, na Zona Norte de Ribeirão Preto, pode virar patrimônio do município, e para isso de­pende do decreto do prefeito. O Tribuna apurou que o processo de tombamento da locomotiva “Mogiana” já tramita no Conp­pac – uma fonte disse à reporta­gem que vários conselheiros são favoráveis –, mas precisa do aval do Executivo para ter continui­dade e ser efetivado.

O requerimento aprovado ontem foi elaborado pelos ve­readores Isaac Antunes (PR) e Fabiano Guimarães (DEM), au­tores do pedido de tombamento da “Mogiana”. Agora, aguardam a manifestação do prefeito – No­gueira já demonstrou ser a favor dos projetos de trem turístico apresentados por duas entidades da cidade. A ideia é transformar a maria-fumaça, peças móveis e imóveis localizadas no interior do barracão na Zona Norte, inclusive suas construções e os trilhos da linha férrea, em patri­mônio municipal.

Além disso, os projetos de trem turístico prevêem a res­tauração e transformação da Estação Barracão, no Ipiranga, em museu. A locomotiva de fa­bricação inglesa, modelo 4-6-0 Then Weeler, foi adquirida pela Companhia Mogiana de Estra­das de Ferro em 1893 e está ex­posta na cidade há mais de 40 anos. Ribeirão Preto tem outra maria-fumaça, a “Amália”, que está na praça Francisco Schmidt, na divisa do Centro com a Vila Tibério, onde funcionou a esta­ção onde os imigrantes italianos desembarcavam para trabalhar na lavoura de café.

A associação de bairro é con­tra a utilização da máquina nos projetos de trem turístico. Esta não corre o risco de ser transferi­da. Os projetos foram batizados de “Trem Turístico” (do Ribei­rão Convention Bureau) e “Tri­lhos da Mogiana” (do Instituto História do Trem). O primeiro prevê a captação de recursos federais, além de parcerias com a iniciativa privada. O segundo tem quase as mesmas propostas, mas prioriza a atração de inves­tidores privados. A ideia é criar um roteiro de aproximadamen­te oito quilômetros entre as es­tações Mogiana e Barracão. Um projeto de turismo ferroviário intermunicipal, passando por Cravinhos, São Simão e Tam­baú, também está em estudo.

Impasse começou em 2017 
O impasse sobre o destino da maria-fumaça começou em dezembro de 2017, após a ten­tativa de retirada da locomotiva “Mogiana”, que seria restaura­da e colocada em operação em uma linha de turismo ferroviá­rio entre as cidades de Itu e Salto, administrada pelo Consórcio Intermunicipal do Trem Metro­politano (Citrem). A máquina está a céu aberto na Estação Fer­roviária Mogiana, na Vila Ma­riana, na Zona Norte. Na época, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) informou que havia ce­dido a locomotiva ao Citrem.

O DNIT recebeu o equipa­mento em doação da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). A máquina permane­ceu em Ribeirão Preto por causa de uma liminar expedida pela 7ª Vara Federal em ação movi­da pelo Convention Bureau e pelo procurador da República, André Luiz Morais de Menezes. Em despacho de 31 de agosto do ano passado, o juiz Roberto Modesto Jeuken informou que a cidade poderia perder a “Mogia­na”. No documento ele apontou que, até aquele momento, a pre­feitura não havia se pronuncia­do sobre quais medidas adotará para recuperação, restauração e destinação da locomotiva e sobre a manutenção do equipa­mento na cidade.

A Secretaria de Turismo já disse ao Tribuna que tem reno­vado periodicamente um termo de compromisso firmado entre o órgão e o Ministério Público Federal (MPF) e deixa claro a posição do município na bus­ca de todas as alternativas para que a maria-fumaça permaneça em Ribeirão Preto. Na época, a Câmara também criou uma Comissão Especial de Estudos para analisar o assunto. Presidi­da pelo vereador Jorge Parada (PT) e integrada por Alessandro Maraca (MDB) e Jean Corauci (PDT), diz que a prefeitura tra­tou o assunto com descaso. O relatório final foi encaminhado para as secretarias municipais competentes e para o Ministério Público. A administração nega e diz que tem grande interesse na manutenção da raridade.

Por Redação Tribuna.

Divulgue seu evento
Ribeirão Preto e Região Convention & Visitors Bureau
Av. Costábile Romano Nº 2655.
CEP: 14096-380. Ribeirão Preto - SP

Fone: (16) 3965 6191

Fique mais em ribeirao preto e regiao

Planejamento e Produção Editorial: MWpress Editora e Comunicação - mwpress@mwpress.com.br